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Sarau Cultural

             O Sarau Cultural do CG está em sua quarta edição. Surgiu da necessidade de fazer os alunos conhecerem a fundo as obras do PAS/UnB, de forma que possam apreender o conteúdo de uma forma prazerosa. Nesse projeto, os estudantes fazem apresentações artísticas com base nas obras indicadas pelos professores de Códigos e Humanas.

         A maioria dessas obras estão listadas na Matriz de Objetos do PAS/UnB, mas, por vezes, se integram a outros conteúdos do currículo da série.

2H tematiza preconceito racial

O grupo tinha a missão de juntar Navio Negreiro, Cartas para Angola e Redenção de Cam. Pegando o gancho desta última obra, em que aparece uma avó negra agradecendo aos céus pela chegada de seu neto mestiço “mais branquinho”, o roteiro apoiou-se na representação do preconceito com a velha história dos pais que não aceitam a escolha amorosa do filho porque não querem “sujar” a linhagem.

O ponto forte da peça foi a atuação da aluna que representou a vilã da história. Ela arrasou de “bruxa má” escravocrata, provocando momentos de tensão na história, até o clímax, quando a megera chega ao ponto de matar o próprio filho por engano.

“Ela é o próprio Leôncio, de Escrava Isaura!”, comentou o professor Aharom. 

2D aborda opressão às mulheres

A peça começou com o áudio das cinco protagonistas sendo enviadas a um internato por conta de suas transgressões ao modelo patriarcal de sociedade. Já na instituição, falam de seus sonhos e a peça segue contando a vida de cada uma dali por diante.

Muitas cenas arrancaram gritos e suspiros da plateia, como a dança de Billie Jean ou a cena final, com todas as representações de mulheres na sociedade, mas o apogeu com certeza foi a cena de violência doméstica em que a personagem que sonhava em casar e ter filhos aparece no palco presa como títere de seu esposo, em uma profunda atualização deCasa de Bonecas.

Com um texto denso e atuação impecável, os atores dessa cena marcaram a memória dos espectadores!

2A coloca Psiquê na fogueira

Não! Ninguém pegou fogo nessa peça!

Ao juntar Eros e Psiquê a Tribunal do Facebook, a turma propôs uma Psiquê constantemente julgada por causa de suas escolhas amorosas, a última delas com um Eros covarde que divulga uma foto íntima da protagonista nas redes sociais.

Perseguida por irmãs invejosas, massacrada pela opinião de desconhecidos, a Psiquê do 2A fez recordar aquelas mulheres da Idade Média que iam para a fogueira por motivos mesquinhos (ser bonita demais, por exemplo!).

Destaque para o delicioso balé representando o primeiro encontro de Eros e Psiquê!

2B dialoga sobre vida e morte

Com duas obras de arte que propunham a reflexão sobre crença, religiosidade, vida, morte, teorias da existência e da criação, o grupo optou por contar a história de um personagem que vivia uma eterna rotina em uma sociedade violenta e que acaba morrendo vítima de violência urbana.

A discussão sobre o (pouco) valor que a vida tem em determinadas instâncias sociais é bastante válida e foi bem representada também na execução dos índios pelos colonizadores europeus, mas houve alguns vácuos que precisavam ter sido preenchidos para que a história fizesse mais sentido.

O grupo começou bem, mostrando um vídeo de entrevistas com pessoas sobre a concepção delas de vida após a morte, mas parece que depois essa discussão ficou meio confusa.

2C mostra devastação ambiental

Com personagens sincronizados, cenário rico e textos bem decorados, a turma conseguiu montar um sarau com a temática do meio ambiente a partir das obras Sufocamento, Sobradinho e Mata reduzida a carvão. Ao longo do espetáculo, as referências às obras foram se interligando e houve dois ápices.

O primeiro foi o momento em que uma aluna entra em cena representando uma árvore nativa do cerrado que é gradualmente cercada por eucaliptos, em uma perfeita referência às fotografias de Sufocamento. Detalhe: ao longo da cena, eles iam recitando uma poesia criada pelos próprios alunos.

O segundo foi a turma finalizando a peça com a música Quem são eles?, dos Engenheiros do Hawai, relacionando toda a destruição da natureza ao consumismo desenfreado e à obsolescência programada pelas grandes corporações.

2G discute exclusão social na criação de Brasília em teatro 4D

O grupo começou a apresentação com nada mais nada menos que uma entrevista à escritora Ana Miranda!

Os alunos aproveitaram (e muito bem) a presença da escritora na Jornada Literária no SESC - Gama para a entrevistar no camarim. Como a escritora tem agentes históricos da construção da capital na família, sua entrevista corroborou para o enriquecimento da apresentação do 2G.

Invasores ou excluídos foi a obra que guiou toda a trajetória dessa apresentação. E para falar sobre a exclusão social dos construtores de Brasília, a turma ousou! E acertou! Trouxe terra (terra mesmo) para o palco, em um conceito de teatro 4D, aquele que inclui os cheiros na experiência da plateia. 

O clamor desesperado de uma moradora da Barrolândia somado ao próprio aroma da terra deu ao espetáculo um alto valor.

Parabéns à turma pela inovação!

2E revê valores indígenas

Com a máxima utilização dos recursos, a turma apresentou um espetáculo lindíssimo, com uma riqueza de detalhes que envolveu desde figurino e cenário até a fotografia impecável dos vídeos apresentados.

Fazendo a conexão entre obras que contam desde odisseias indianistas, como O guarani e I-Juca Pirama, até problemas atuais dos indígenas, que são expulsos de suas terras por conta da especulação imobiliária, como cantado na música Santuário, a turma conseguiu trazer ao palco muito mais que arcos, flechas e cocares.

Finalizando com a canção Índios, de Renato Russo, a turma colocou-se de luto pela morte de milhares de índios na formação do Brasil.

O destaque nessa peça é para a participação dos pais. Sim. Eles foram agentes do sucesso da equipe, ajudando seus filhos em tudo o que foi necessário!

2F traz O Cortiço para o palco do CG

Com um elenco animado, figurino bem cuidado e cenários cuidadosamente selecionados no telão, a turma trouxe uma adaptação da obra de Aluízio Azevedo para o Sarau do CG. 

Ao longo do espetáculo, alunos "camuflados" na plateia faziam interferências ora com notícias, ora com poesia, o que foi crucial para a atualização da obra.

As mazelas da sociedade são expostas de forma primirosa pelo autor de O Cortiço, e assim a turma trabalhou po fazer. A notícia sobre alcoolismo, por exemplo, casou perfeitamente com a cena da mulher abandonada que busca consolo na bebida.

A única ressalva para o grupo fica com a parte da morte de Bertoleza. O drama dessa personagem é muito mais profundo no livro, o que deixou a cena um tanto superficial, mas nada que desbone a apresentação como um todo.

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